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A Alma das Letras

Um blog sobre uma tradutora, mas não necessariamente sobre tradução. Um blog sobre meu trabalho, minhas obras e desafios.

Quem sou eu

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
Tradutora desde 1986, Inglês<->Português

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Um dia desses perguntei à minha filha de quase 16 anos o que ela faria, se eu morresse, com tantos dicionários que eu tenho e com tantos livros - dos que ainda restam na estante - traduzidos por mim.

- Eu doaria.

- Não ficarias com nada, nem de lembrança?

- Pra quê, se existe a Internet?

Ela nunca consultaria a Internet com meu nome no Google, pra saber o que a mãezinha fez em tantos anos grudada no computador...

So much for my  sense of self-importance...

(também perguntei o que ela faria com meus 200 CDs de MP3 - a resposta foi igual)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

TOP JOB POSTERS NO TRANSLATORSCAFE (não se deixem enganar)

Atenção, pessoal.
Em uma consulta aos top job posters do Translatorscafe, vejo o nome de uma agência para a qual trabalhei.
Não direi o nome dela, mas prestem atenção a alguns motivos não tão explícitos de uma agência como esta ser das que mais anuncia trabalhos.
1. A agência mencionada como "top job poster" publica muitos anúncios de trabalho (leia-se, busca seguidamente por novos tradutores, não que tenha tanto serviço assim) *apenas* porque ninguém suporta trabalhar para ela por muito tempo.
2. Ninguém suporta trabalhar muito tempo para a agência porque o dono *exige* que o tradutor faça a tradução E o trabalho de DTP (formatação, diagramação, perfeitinho, em programas complicados, com inserção de figuras, linhas, colunas, etc.).
3. O dono da agência é bipolar e, se no início paga as faturas em 10 dias, depois de meia dúzia de trabalhos diz que nunca se comprometeu a pagar imediatamente, e que as faturas deverão ser enviadas apenas no fim do mês (nada contra mandar no fim do mês e receber em trinta dias, já que é o normal, mas ele muda as regras do jogo sem aviso e presume que nós é que estamos de má fé).
4. O proprietário da agência paga MENOS do que a média das boas agências (mesmo exigindo tradução E edição, mas como pega tradutores ingênuos, esses o anunciam como alguém que paga *great rates* no Translatorscafe), seus revisores NÃO têm experiência e ele devolve o trabalho quatro vezes para aprovarmos, sendo que a cada vez o revisor comete erros mais absurdos, obrigando o tradutor a *refazer* o que antes estava certo e o revisor errou ou deletou...
5. Se o tradutor é bonzinho e lhe dá um grande desconto porque, afinal, 90% de um trabalho era 100% match, mas em outro trabalho muito complexo avisa que terá de cobrar 20% a mais por causa de uma formatação muito complexa, ele envia e-mails pessoais, se dizendo decepcionado com o que julga ser desonestidade do tradutor, esquecendo-se de que o tradutor, antes, lhe deu descontos considerados justos.

Assim, para mim é muito fácil entender por que ele é meio que um campeão de anúncios de trabalhos - isso ocorre porque NINGUÉM consegue trabalhar com ele por mais que alguns poucos projetos e, então, ele sai à caça do "tradutor perfeito".

Por último, permitam-me dizer-lhes que seus "gerentes de projeto" são estudantes de tradução contratados às pressas, que primeiro caem em sua adulação e logo caem fora, ao perceberem os problemas. A rotatividade é imensa.

Este moço, dono da agência, pretende que a sua seja a "melhor agência de traduções do mundo", e a anuncia assim, mas sua agência aparentemente espalhada por muitos países é de um dono só e opera em seu apartamento. Esse moço centralizador, perturbado e irracional, orgulha-se de anunciar como subnick no MSN: "WE ARE AGAINST THE USE OF CAT TOOLS".

É um tirano, em resumo.
...

Trabalhei para essa agência, no começo encantada com a atenção imensa e com os elogios à enorme qualidade do meu trabalho. O proprietário dizia que eu era totalmente confiável, sua melhor tradutora, etc. E assim, foi aumentando suas exigências. Pegava-me para desabafos sobre a "incompetência" e "desonestidade" de outros tradutores, achava um horror alguém querer cobrar "acima do mercado" (para ele, qualquer coisa acima do que ele pagava era um absurdo), e quando tentei lhe explicar o que era uma CAT tool e suas vantagens, ele interpretou a conversa como se se tratasse de tradução mecânica e se recusou totalmente a entender que eu falava de outra coisa. Então, exige que seus tradutores façam "na unha" as traduções (obviamente, ele nunca saberá que nós limpamos o documento antes de enviar traduções para quem não conhece CAT tool...)...

Com ele, inclusive, combinávamos um preço e, quando o total chegava ao PayPal, vinha com um enorme desconto, pelo modo como ele tratava o pagamento (já nem lembro mais a razão para isto). Quando eu lhe disse que não precisava ser assim, que eu não tinha desconto de nenhum cliente meu, ele respondeu que "tenho de fazer tudo certo; se outros não fazem, não conte comigo para fazer como eles". Então, eu traduzia, detepava, ouvia seus desabafos (enquanto o trabalho esperava) e era descontada no final.

O que começou como um relacionamento profissional promissor acabou se tornando uma decepção pessoal,    com alguém paranoico, que se julga o centro do universo e somente entende o seu lado.

Preciso dizer mais?

Tentem sempre ler nas entrelinhas, por favor.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Manual de Psiquiatria Clínica - Kaplan & Sadock


Inevitavelmente, cada livro traduzido por mim cuja capa eu publico aqui me traz lembranças da época em que eu trabalhei nele, do cliente (da editora, no caso), das pessoas e de fatos da minha vida.
O "Manual de Psiquiatria Clínica" do Kaplan e do Sadock faz parte de uma longa série de manuais de psiquiatria que eu traduzi durante 10 anos ininterruptos para a editora Artmed.
Essa editora me traz lembranças ótimas, outra nem um pouco. E ainda assim, no resumo das coisas, tudo valeu.
Foi a primeira editora com a qual trabalhei. Aceitaram-me "na cara e na coragem" e, para eles, traduzi mais ou menos 50 livros, alguns dos quais com mil ou duas mil páginas.
Este da foto é um dos livros volumosos daquela época (se traduzido ao preço de hoje, para as editoras atuais -- não a Artmed, se é que me entendem) renderia um bom carrinho zero quilômetro. Na época, apenas pagou minhas contas -- e não eram contas grandes...
Tornei-me "íntima" dos Drs. Kaplan e Sadock, já que traduzi muitos (talvez 5) livros deles, todos igualmente grandes.
Boas lembranças, e muito conhecimento eles me trouxeram.

A Ciência de Harry Potter - Roger Highfield

O livro é interessante para adolescentes e adultos.
Adorei traduzi-lo.
Nele, o autor explica como o manto da invisiblidade poderia funcionar, por exemplo, com base nos avanços e descobertas científicas.
Inteligente, curioso e informativo, é diversão e conhecimento.
Editora Campus.

domingo, 29 de junho de 2008

Dando a Volta por Cima - Anna Maxted

O primeiríssimo livro de ficção que traduzi. Interessante, bem interessante . Um estilo leve, descontraído, mas com uma história que tem lá seu valor, não sendo "apenas mais um livrinho".
Editora Leganto

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